sábado, 30 de outubro de 2010

Três adolescentes homossexuais se matam por dia no Brasil

É isso que dá preferir ter um filho morto... a ter um filho compreendido



“Mais uma vida jogada fora
Um coração que já não bate mais, descanse em paz
Sonhos que vão embora, antes da hora
Sonhos que ficam pra trás”
Gabriel O Pensador / Lulu Santos

Três LGBTeens se matam por dia. Um a cada 8 horas. Sozinhos. Sem entender direito o que está acontecendo. Alguns poderiam ser grandes médicos, advogados maravilhosos, artistas, professores, poderiam ser mães ou pais amorosos.

“Se mataram simplesmente por serem gays. E eu enfatizo o termo ‘gay’ porque é o que acontece, na grande maioria dos casos: seis garotos se matam pra cada garota. Ou seja, dos 1056 adolescentes que se mataram em 2009, 150 eram lésbicas e 906, gays. Em um ano, NOVECENTOS E SEIS garotos preferiram morrer a continuar sofrendo humilhação. CENTO E CINQUENTA garotas escolheram desaparecer a ter de lutar pelo direito de amar quem elas queriam”, declara Deco Ribeiro, fundador da ONG Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados.

MIL E CINQÜENTA SEIS!! No Brasil não há dados oficiais sobre suicídios entre LGBTeens. Mas podemos fazer uma comparação com outros países. A Organização Lambda Education, da Suíça, pesquisou o suicídio entre jovens europeus e concluiu que entre 5 suicidas na Alemanha, por exemplo, 4 eram LGBTeens. Estima-se que mil adolescentes alemães se matem por ano, ou seja, 800 gays e lésbicas. Essa pesquisa também afirma que 18% dos adolescentes homossexuais já tentaram se matar ao menos uma vez.

Em 1998, o pesquisador Gary Remafedi concluiu que os jovens homossexuais dos Estados Unidos representam um terço de todos os suicídios juvenis, considerando que os homossexuais constituem 5 ou 6% da população. Sua equipe descobriu, ainda, que garotos homossexuais ou bissexuais apresentaram 28,1% mais chances de tentarem suicídio, comparados a 4,2% dos homens heterossexuais.

De acordo com o Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde (CLAVES) de cada 100.000 jovens de 15 a 24 anos, 4 se matam a cada ano. São 1320 para um total de 33 milhões de jovens, de acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se considerarmos que de cada 5 mortes, 4 são de homossexuais, como acontece nos Estados Unidos e países da Europa, chegaremos ao total de 1056 suicidas LGBTeens.

Pesquisas do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Unicamp afirmam que o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 24 anos no mundo, e esse dado se repete aqui no Brasil. Atestam, ainda, que a principal causa disso se relaciona com frustrações no âmbito familiar e afetivo.

DEPÔ – Luan, de 18 anos, diz que o pensamento sobre suicídio sempre foi freqüente. “Pensei na possibilidade muitas vezes. Mas não consegui continuar com meu plano. Eu cresci traumatizado com as pessoas, principalmente minha família. E ficava muito depressivo. A cabeça ficava muito cheia, eu pensava nos meus pais, no meu futuro, e tudo era problema pra mim. Meu pai tinha um revólver e quase conclui que usá-lo seria uma solução”, confessa.

É ONDE A COISA APERTA. A família sempre foi considerada a estrutura do adolescente. Todo pai e mãe diz para o filho não se viciar em drogas, nem aceitar carona de estranhos e fala que precisa estudar e criar juízo. “Mas e quando sua família o recrimina não por algo que você faz, mas por algo que você é? Quando um pai ou uma mãe diz ‘se você continuar com essa viadagem, você pra mim morreu,” e o jovem sabe que não pode mudar isso?”, pergunta Deco, tendo o silêncio da sociedade como resposta.

A psicóloga Bárbara Meneses explica que a violência, ou a sensação de que ela está por perto, ali mesmo, na família, acaba levando o jovem a se esconder, a se isolar. “Nesse contexto, é comum que adolescentes manifestem a vontade de tentar suicídio. Eles pensam: ‘se eu me matar vou resolver o problema da minha família, já que eu sou o problema’. E não tem como pensar diferente numa condição dessas.”

Bárbara alerta que nem é necessária a presença de violência física para que a família demonstre a intolerância com um filho ou filha homossexual. “Infelizmente os pais ainda falam muito aquela frase ‘Prefiro um filho morto a ter um filho viado... prefiro ter uma filha drogada, prostituta, um filho ladrão, traficante, qualquer coisa, menos homossexual.”

DEPÔ - Duds, garota de 16 anos, comenta que passou pela cabeça a tentativa de suicídio devido à reação da família ao saber sobre sua identidade sexual. “Meus pais começaram a dizer umas coisas pra mim. Uma prima minha que também é lésbica falou horrores do que ela sofreu. Eu não agüentei e quase me matei. Fiquei super mal por três semanas mais ou menos”, relata.

CONVERSE, GRITE, DIALOGUE, MAS NÃO FIQUE QUIETO! Bárbara dá outra informação assustadora. “Pesquisas indicam que o jovem homossexual tem três vezes mais chances de cometer suicídio do que o menino hetero” diz a psicóloga, que faz um apelo: “Meu trabalho é de fortalecer as pessoas, para que ela não se culpe e ache que está pecando. Ela não é culpada de nada, ninguém é. Com essas informações as pessoas conseguirão evoluções dentro de casa. O importante é não se calar”.

Para corroborar o que diz a psicóloga, o relatório da Secretaria da Força-Tarefa do Governo dos Estados Unidos sobre o suicídio juvenil, elaborado por Paul Gibson em 1989, revelou que os jovens gays são de duas a três vezes mais propensos a tentar o suicídio, em relação aos jovens heterossexuais, compreendendo o total de 30% anual de suicídios juvenis. Em 2002 uma pesquisa coordenada por Anthony D’Augelli chegou ao mesmo número.

Em uma amostra de 4.159 estudantes do Estado de Massachusetts, EUA, analisada pelo pesquisador Robert Garofalo em 1998, verificou que 2,5%, ou seja, 104 estudantes, eram LGBT. Desses 104 adolescentes, 35,3% deles haviam tentado suicídio, contra 9,9% de tentativos dos estudantes heteros.

NÚMEROS VERDE-AMARELOS COLORIDOS. Em 2009, os pesquisadores Fernando Teixeira Filho e Carina Marretto, do Departamento de Psicologia Clínica da Unesp de Assis, observaram 2282 estudantes do Ensino Médio do Oeste Paulista, do qual 107 se auto-declararam não-heterossexuais. De acordo com Teixeira Filho, “encontrou-se que os não-heteros têm ‘aproximadamente’ 2 vezes mais chances de pensarem em suicídio e 3 vezes mais chances de tentarem se matar comparativamente aos heteros”.

O assunto é de deixar a gente meio sem reação mesmo. Mas, nem por isso, desistir de procurar algo que diminua esse número. “Agora imaginem os 1056 jovens que morrerão no próximo ano. Se tivessem a chance de pensar um pouco mais de tempo, de serem ajudados, de ver que de repente um diálogo bem aberto sobre tudo o que estão sentindo pode solucionar o problema... talvez não perderíamos tantas vidas”, lamenta Deco.

ASSASSINATOS SOCIAIS – O Grupo E-jovem pretende monitorar a taxa de suicídios entre os jovens brasileiros, junto a centros especializados como o Departamento de Medicina Preventiva e Social, da UNICAMP. “Cada vez que um menino prefere se matar a ter de ir a escola e ser humilhado de novo ou chegar em casa à noite e apanhar do pai homofóbico, foi a sociedade que falhou. O recado é claro: o garoto morreu porque não foi aceito no mundo em que vivia. Porque amava diferente de seus colegas e de seus pais. Que gente monstruosa é essa, que mata um filho a cada 8 horas??”, declara Deco.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tá na Bíblia e ponto final!

15 maneiras de dizer que ser homossexual não é pecado

Recomendo a leitura da Bíblia e também de outras formas de expressão escrita das mais diversas religiões. Por isso mesmo é bom levar essas “sacadinhas” e conversar sobre elas com outras pessoas. Como o padre ou pastor, por exemplo.



A igreja do mar disse que ele era um peixe fresco...
 


1 – Padre não é médico nem psicólogo. Desde 1985 o Conselho Federal de Medicina do Brasil deixou de considerar a homossexualidade uma doença e em 1991 a Organização Mundial da Saúde fez o mesmo. Por isso, o Conselho Federal de Psicologia pune com a perda do registro qualquer psicólogo que tentar tratar homossexuais com a intenção de curar. Se alguma autoridade religiosa, com formação na área de psicologia, disser que pode “curar” um homossexual, estará cometendo um crime. Se a homossexualidade é natural, então não é pecado.

2 – Os 10 mandamentos. As maiores regras da bíblia nem passam perto de proibir a homossexualidade. E olha que as 10 leis sagradas são desrespeitadas pela maioria daqueles que dizem que ‘ser gay é pecado’. Lá diz, por exemplo, que não podemos mentir e nem ter inveja. Você conhece alguém que nunca contou uma mentirinha? A mentira é tão corriqueira que existe até um Dia da Mentira. Ou seja, se a homossexualidade fosse pecado, seria menos grave do que bater boca com os pais, trabalhar aos sábados, ou sentir tesão por pessoas casadas, coisas proibidas nos 10 mandamentos.

3 – Jesus nem tocou no assunto. Se a homossexualidade fosse algo tão errado assim, estaria escrito na Bíblia de maneira mais nítida. Mas Jesus morreu e não falou nada sobre o tema. Nem contra nem a favor. Se fosse um problema tão grave ele teria deixado isso bem à mostra... Pelo menos teria falado "cuidaaado...não poooode", mas nem isso.

4 – Adão e Eva. As culturas e religiões têm sempre uma história que conta como tudo começou. A Bíblia explica o nascimento da humanidade com a criação do paraíso. Como a história não podia parar por ali, foi necessário que se começasse com um homem e uma mulher, com espermatozóides de óvulos, pois seria possível que eles pudessem fazer filhos. Se fosse “Adão e Ivo” ou “Andréa e Eva” não teria como. É bom lembrar que os homossexuais continuam sendo homens e mulheres além da orientação sexual que seguem. Um gay e uma lésbica podem ter filhos e nem por isso serão heterossexuais. Portanto, Adão e Eva eram um homem e uma mulher, mas não é possível afirmar que fossem heterossexuais.

5 – Ide, e multiplicai-vos. É o que diz em Gênesis 9:1. Logo depois do dilúvio o mundo estava vazio, precisava de gente para povoar, pra colocar ordem na bagunça. Essa frase é encarada como uma ordem, mas pode ser só uma sugestão, um sinal de que o pessoal poderia sair da arca e se espalhar pelo mundo. Um jeito de reiniciar a humanidade era, novamente, unir espermatozóides e óvulos. Junto com o “multiplicai-vos” foi dado o recado para “não se matar” e nem “se comer um ao outro”, senão a história acabaria por ali mesmo. Está logo mais pra frente, nos versículos 4 até 7.

6 - Gênesis 9:16. “O arco aparecerá na nuvem, e ao vê-lo lembrar-me-ei da aliança perpétua que existe entre Deus e os seres vivos de toda carne que estão sobre a terra”. Além de ser o maior símbolo LGBT, o arco-íris também simboliza o amor de Deus a TODAS as criaturas que vivem sobre a terra. Fofo, né?

7 - Levítico 20:13. “Se um homem se deitar com um homem como se faz com mulher, serão ambos condenados à morte, pois fizeram uma coisa abominável: seu sangue recairá sobre eles.” Mas tem outros versículos por ali. O Levítico 11:07-12 diz que não podemos comer carne de porco e nem frutos do mar, tipo camarão, lagosta e ostras; o 15:19-24 fala que o homem ficará impuro se transar, relar ou simplesmente encostar na cama de uma mulher menstruada; o 19:19 proíbe usar roupas com duas espécies de fios; e o 25:44 ensina como devemos comprar escravos. Resumindo: Levítico não tem o menor cabimento. Ele era baseado numa cultura muito antiga e não tem nada a ver com os dias de hoje. Todo mundo faz alguma coisa que é proibida em Levítico!!

8 - 1 Samuel 18:1-4. Nesse trecho fala do ‘amor à primeira vista’ que Jônatas teve ao ver Davi. “Quando Davi terminou de falar com Saul, a alma de Jônatas se apegou à alma de Davi, e Jônatas começou a amá-lo como a si próprio.” Davi tinha acabado de matar o gigante Golias, e como a própria Bíblia descreve em 17:42, era um mancebo, ruivinho e de gentil aspecto. Uma loucura! A história de Jônatas e Davi coloca Romeu e Julieta no chinelo! Antes de dizer que isso é forçar a barra, dá uma lidinha na história... E Davi vai ser o Rei Davi depois, pai de Salomão, uma das maiores celebridades da Bíblia e adorado por três religiões: Judaísmo, Islamismo e Catolicismo.

9 - Novo Testamento. A lei do Velho Testamento é chamada Lei Mosaica, ou seja, de Moisés. Nem Jesus, nem mais ninguém do Novo Testamento diz que os Cristãos estão presos às regras da lei Mosaica. A Bíblia diz claramente em Gálatas 3:23-25 que os cristãos não estão mais sob a lei do Velho Testamento. E Romanos 10:04 completa que o fim da lei é Cristo e que seu cumprimento se baseia no amor. Isso é a prova de que já naquela época, dois mil anos atrás, eles consideravam as leis do Levítico atrasadas. Então quem falar que "homem dormir com homem é abominação" já estaria sendo ridículo dois mil anos atrás!!!

10 – Sexo é proibido. Paulo se converteu ao cristianismo depois que Cristo morreu. Ou seja, Paulo nem sequer conheceu Jesus. Ele esquematizou a Igreja Católica como ela é hoje, espalhada em vários paises. Paulo treinava discípulos, garotos jovens, e mandava-os a várias cidades para instalar a Igreja lá. Os seus discípulos levavam uma carta para as cidades. Tem a carta aos Romanos, aos Efésios, aos Coríntios. Essas cartas tinham a visão de Paulo sobre como montar uma igreja. Mas na cabeça de Paulo não devia haver sexo e pronto. De nenhum tipo. Nem do marido com a esposa. Igreja pra ele era sinal de disciplina e devoção, e NINGUÉM deveria transar. Mas não foi esse o recado que Jesus deixou, foi?

11 - 1 Coríntios 6:9. “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas.” A Bíblia já passou por várias versões, interpretações e traduções. Ao falar dos ‘efeminados’, Paulo não se referia a uma ‘bixinha poc-poc’, mas aos rapazes que se vestiam de mulher nos templos gregos, e eram prostitutos nesses templos. O mesmo aconteceu com os ‘sodomitas’, que são uma espécie de prostituto ativo. Ou seja, Paulo era contra homens que se deitam com homens por dinheiro ou por algum ritual fora da Igreja.

12 – 1 Coríntios 7:1. “Bom seria que o homem não tocasse em mulher” Ou seja, Paulo diz que homem com mulher também não pode! E continua falando que é para isso acontecer só se der muuuuuuita vontade. E complementa no versículo 08: “Aos solteiros e às viúvas digo que é bom, para eles, ficarem assim como eu”. Ou seja, quem está solteiro é pra ficar assim até morrer!

13 – Eternamente virgem. De acordo com ele é pra todo mundo ser virgem, para todo o sempre até nunca mais! Está em 1 Coríntios 7:27-28: “Não estás ligados a uma mulher? Não procures uma mulher. Entretanto, se casares, não pecas. E quando a virgem se casa, não peca”. É cada um no seu quadrado, sem reclamar! Seguir Paulo seria o fim da raça humana. Naquela época eles achavam que o fim da humanidade estava próximo. Jesus disse que voltaria e eles achavam que era logo, tipo, uns dois, três anos no máximo. Para eles era o fim do mundo e todo mundo devia ficar rezando e esperando a volta de Jesus.

14 – Faça amor, não faça guerra. É bom acreditar em algo, seja em Deus ou simplesmente no Bem. Cada religião tem suas escrituras sagradas, a Bíblia é uma delas. Nessas escrituras se baseiam as crenças, as religiões... E religião não se discute. Religião é o que faz pessoas estudarem como pilotar aeronaves por anos e anos, só pra atirar um avião cheio de gente num prédio. Não é maldade, é fé. Eles acham que estão fazendo a coisa certa.

15 - Tá no google! Todas essas informações de que homossexualidade não é pecado, nem doença, podem ser conseguidas facinho facinho na internet, em sites sobre medicina, psicologia e, acreditem, em sites sobre religião! Aproveite para colocar os neurônios em ação praticando interpretação de textos e debatendo o assunto. Você verá que 15 maneiras é até pouco...





Quer virar presidente? Então joga pedra na Geni

Em convenção da Assembleia de Deus, Serra promete vetar Lei da homofobia
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu hoje em Foz do Iguaçu (PR) vetar a Lei da Homofobia, caso ela seja aprovada pelo Congresso.
Segundo Serra, o projeto, como foi aprovado na Câmara, pode tornar um crime "semelhante ao racismo" a pregação de pastores evangélicos contra a prática homossexual.

Ele prometeu o veto depois de ser inquirido sobre o assunto por um pastor presente à 50ª Convenção Anual das Igrejas Assembleias de Deus do Paraná. A proposta, aprovada na Câmara, ainda não foi votada no Senado.

"Uma coisa é grupos de extermínio, praticando violência contra homossexuais, como já ocorreu em São Paulo. Outra coisa é o projeto como está, que passa a perseguir as igrejas que combatem a prática homossexual", afirmou.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/820774-em-convencao-da-assembleia-de-deus-serra-promete-vetar-lei-da-homofobia.shtml


Ué...O PLC122/06, projeto de lei para criminalizar a homofobia, quer exatamente “tornar um crime "semelhante ao racismo" a pregação de pastores evangélicos contra a prática homossexual.” Racismo e homofobia têm a mesma essência, a mesma estrutura – ambos são formas de preconceito que reproduzem e alimentam a violência.

As igrejas não diferem dos grupos de extermínio. Aliás, no quesito hipocrisia, as igrejas ganham, pois os grupos de extermínio não tentam justificar seus atos com valores impostos por livros considerados sagrados. Eles exterminam e pronto, e são homofóbicos mesmo, com orgulho. Não ficam jogando a culpa em Deus, dizendo que Ele mandou reproduzir formas obsoletas de preconceito.

Qual violência é maior?

1 – Ser um skin-head e matar viadinhos porque eles humilham uma masculinidade inventada e não “honram” o que têm nos meio das pernas?

Ou

2 – Ser um representante da igreja, que nutre as crenças dos grupos de extermínio, além de dizer aos homossexuais que eles são pecadores, chamando-os de aberrações e incentivando que se sintam mal a ponto de cometerem suicídio?

As igrejas podem continuar cometendo crimes de ódio e incentivando a homofobia. Porém, é proibido dizer que o que elas fazem é um crime que mata milhares de homossexuais ano após ano e motivam outros milhares a desistirem da própria vida.

Observação: Essas discussões sobre “igreja x homossexualidade” entojam. Existem outras práticas que as igrejas classificam como pecado, e ninguém fala delas. Para citar algumas: Divórcio; uso de contraceptivos, (usem camisinha, sim!!!); deitar-se na mesma cama que uma mulher menstruada; contar mentirinhas de vez em quando; masturbar-se. O que fazer com os punheteiros? Amputação em público ou apedrejamento?

Se é para apontar os pecadores, então porque a igreja não dá um espelho pra cada um? Facilita aí pô...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

18 mil levantam o morro na 1° Parada LGBT da Rocinha

A 1ª Parada Gay da Rocinha, na tarde deste domingo (24) ,levou 18 mil pessoas as ruas da comunidade, segundo os organizadores, a União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha (UPMMR) e Associação dos Moradores e Amigos do bairro Barcellos (AMABB). O som vinha de um caminhão enfeitado de balões com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade homossexual, que tocava música eletrônica, axé e funk para animar a multidão. O "grito de guerra" era "A Rocinha é gay".

O público era formado de crianças, jovens e adultos gays, lésbicas e simpatizantes. Muitas famílias estavam reunidas e dançavam sem parar.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/10/24/1-parada-gay-reune-milhares-de-pessoas-na-rocinha-922856301.asp

Essa notícia não me chocou. O que me chocou foram os comentários. Não sei quem mata e agride mais: os traficantes ou os heteros preconceituosos (dentre eles os religiosos manipulados que se escondem atrás da própria homofobia e usam um livro como argumento já que não têm um argumento melhor)

É assustador admitir que os traficantes e demais moradores da Rocinha sejam mais tolerantes do que muitos cristãos. Beleza, tenho que admitir que o tráfico não dá a mínima para minha orientação, mas pelo menos ele não me julga, não diz que sou pecador e nem cuida da minha vida. Quem é o maior vilão? Um traficante ou um homofóbico cristão? Os dois matam, mas um vende droga, e o outro vende o ódio.

Pelo menos o traficante admite que o que faz é matar. Ele não se coloca no lugar de Deus e sai por aí espalhando uma mensagem que já é caduca desde antes de Jesus Cristo. Se nem Jesus era contra a diversidade sexual pq esses cristão se importam tanto?

Querem acreditar num livro, vão em frente. Mas pelo menos sigam os 10 mandamentos que se resumem a “ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Como eu disse, essa notícia não me chocou. Mas eu vou ficar passado quando acontecer a PRIMEIRA PARADA LGBT NO VATICANO! UHULL!!

sábado, 23 de outubro de 2010

G-L-quem?

GLS – GLBT – GLBTS – GLTTB – LGBT – LGBTT – YXZ - MSN - DVD - VHS - Blue-ray!


Fique a vontade para escolher o sabor que preferir. Acenda o fogo e vá adicionando os ingredientes. Alguns colocam o L antes de tudo. Outros preferem colocar o G primeiro, porque aprendeu desse jeito. Tem gente que coloca um T a mais, e vários acham que um T só está bom. Mas sempre é bom ter um T porque faz falta depois. Algumas pessoas acham que o B é um toque especial, outros acham que o B não faz muita diferença no preparo. Não importa a sigla e nem a receita, o importante é alimentar pra ficar foooooorte!!

Algumas pessoas me pediram para explicar sobre diversidade sexual, e porque existem tantas letras nessa sigla!Para isso, vou usar algumas definições do sexólogo Cláudio Picazio, que separou os quatro pilares da sexualidade humana. Com esses quatro pilares, é possível fazer combinações e encontrar vários resultados diferentes. Vamo lá:

1 - Sexo anatônimo:
É o seu sexo biológico. “Meninos têm pênis e meninas têm vagina”. É disso que a gente ta falando...:P

2 - Orientação Sexual:
Você procura um príncipe, uma princesa ou os dois? Com quem você quer ir pra cama? Se for com alguém do mesmo sexo biológico, você é homossexual. Se for com alguém do outro sexo, você é heterossexual. Se tanto faz, ninguém é de ninguém, então você é bissexual.

3 - Papel Sexual:
Tem a ver com o comportamento. Você é mais masculino/a ou mais feminino/a? Uma mulher “caminhoneira machona” está num papel masculino. Um homem que passa batom está num papel feminino. E não tem nada a ver a com orientação sexual. Aqui vai uma observação do Deco Ribeiro, fundador da ONG Grupo E-jovem de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados: “Um homem afeminado ou uma mulher masculinizada não necessariamente são homossexuais. Assim como um cara todo machinho não é necessariamente hetero. Papéis sexuais são grande fonte de discriminação, uma vez que é exatamente como a sociedade percebe você. E se esse papel não está em acordo com o que se espera do seu gênero, o povo se escandaliza”.

4 - Identidade Sexual:
É como você se percebe, se identifica. Alguns estudos definem como “gênero sexual cerebral”. Você acha que é o que: homem ou mulher?

Agora vamos fazer as combinações!

Um menino hetero ‘comum’: Tem sexo biológico masculino, orientação heterossexual, papel masculino, e sua identidade é masculina.

Um menino homo que está no armário (gay não assumido): Tem sexo biológico masculino, orientação homossexual, papel masculino, e sua identidade é masculina.

Sacou? Ele não é mulher, não tem papel de mulher, não se identifica como mulher, igualzinho o hetero. A única diferença entre um menino gay e um hetero é sua orientação sexual!

E transexuais?
No caso de transexuais, a identidade sexual não está de acordo com o seu sexo biológico. O que define o/a transexual é que seu corpo é de um sexo, mas seu cérebro é de outro. Por isso os/as transexuais não curtem o próprio corpo, porque está tudo trocado! Deco afirma: “Se uma pessoa procura ou anseia por uma operação de mudança de sexo, onde o pênis ou os seios são removidos, por exemplo, pode ter certeza: trata-se de um transexual.”

E travetis?
Os/as travestis têm as duas identidades. Eles se sentem homem e mulher, tudo junto, ao mesmo tempo. E eles não têm vontade de anular nenhum dos dois lados. Mas seus corpos nascem com apenas um gênero – homem ou mulher. Então eles adaptam o seu corpo para alcançar essa outra metade da essência deles que está faltando, colocando seios, ou tirando, cortando o cabelo curtinho, ou deixando crescer. Mas não mexem no “brinquedinho”...pois preferem ser homem e mulher ao mesmo tempo.

Espero ter ajudado!

U.I.V.O.S explicativos!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quem tem “gay” escrito na testa?

Fuzileiros navais rejeitam dividir alojamento com colegas gays


Talvez demore um pouco para todos entenderem que qualquer pessoa pode ser gay – o pai, o avô, o filho, o irmão. E não é só por eles não parecerem gays que eles realmente não sejam. Ninguém precisa ter “jeiitinho de gay” para “ser gay”. Ainda não é possível dizer qual a proporção entre gays e heteros, do mesmo jeito que não é possível saber quantos desses gays “parecem gays”. Por isso dei muita risada com a nota que reescrevi abaixo.

COMEÇO --- O general James Conway afirmou em entrevista coletiva ao Pentágono “que a ampla maioria dos fuzileiros americanos não deseja compartilhar seu alojamento com uma pessoa abertamente homossexual".

Conway manifestou sua oposição ao fim da lei "Don't Ask, Don't Tell" ("Não pergunte, não diga"), que impede aos soldados americanos de revelar sua identidade sexual. Ele acredita que se a homossexualidade deixar de ser tabu nas Forças Armadas dos EUA, muito militares “religiosos” pedirão baixa e será necessário procurar voluntários dispostos a compartilhar alojamento com homossexuais.

Mais de 13,5 mil militares foram excluídos das Forças Armadas americanas desde que a lei “Don't Ask, Don't Tell” entrou em vigor, em 1993. Segundo recente pesquisa CNN/Opinion Research, 78% dos americanos aprovam a presença de pessoas abertamente homossexuais nas Forças Armadas.----- FIM

Ri litros. Esse Conway quer participar de alguma pegadinha, só pode! Mal sabem esses militares “religiosos” citados pelo General Conway, que a cada homossexual assumido que eles conhecem existe no mínimo (e bota mínimo nisso) mais um homossexual enrustido.

E se os religiosos não estão dispostos a lutar com homossexuais, saibam que os homossexuais estão muito dispostos a lutar com (e pelos) religiosos, pois todos temos o direito a ter uma religião e a crer em algo.

Essa matéria lembrou também um policial militar com quem conversei um dia. Ele me disse que não existiam homossexuais na Roma Antiga porque “aquele Alexandre lá e os romanos não existiram. Eles são lenda. A gente não pode acreditar nos filmes que passam por aí”. Parei a conversa antes que ele dissesse que os Incas, os Maias e os Astecas eram contos de fadas.

Enfim. A base desse preconceito nas forças armadas é que quando alguns heteros imaginam um gay, eles pensam num cara que quer virar mulher, muito sensível, que dá gritinho quando vê barata, nunca pegaria num revólver e não agüentaria um campo de batalha. Aos poucos eles verão como estavam enganados. E deixarão de ter preconceito com eles mesmos ao admitirem que existem muitos heteros incapazes de participar de qualquer tipo de confronto, ainda mais um que envolva mortes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Matar de rir é homofobia?

Não paro de tropeçar em pessoas indignadas pela vitória de candidatos assumidamente homossexuais nas eleições. Parabéns pela vitória Tiririca! Melhor um palhaço hetero no governo do que um homossexual sensato. Right?



E agora? Matar homossexuais de rir também pode ser classificado como gesto homofóbico??? hehe

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uivos Cantantes – The Beatles

Ainda no clima de “as aparências enganam”, lembrei do trecho de um filme que deixou vários heteros confusos dentro de um cinema. O filme é o "Accross the Universe". Na cena, uma líder de torcida está cantando “I wanna hold your hand” dos Beatles, e todo mundo achava que ela estava cantando para um jogador.
Mas nananinanão! Ela estava cantando para outra menina! Eu ouvi coisas do tipo no cinema - “Não, ela não tem jeito de sapatão”, e o mais incrível é que tem gente que assiste e diz que a personagem não é lésbica, a música é que tava traduzida errada e ela nem beijou outra menina nem nada. Enfim hehe Vai junto a letra e a tradução


I Want To Hold Your Hand
Oh yeah, I'll tell you something, / I think you'll understand. / When I say that something / I wanna hold your hand, / I wanna hold your hand, / I wanna hold your hand.
Oh please, say to me / You'll let me be your man / And please, say to me / You'll let me hold your hand. / Now let me hold your hand, / I wanna hold your hand.
And when I touch you I feel happy inside. / It's such a feeling that my love / I can't hide, I can't hide, I can't hide.
Yeah, you've got that something, / I think you'll understand. / When I'll say that something / I wanna hold your hand.

Eu Quero Segurar A Sua Mão
É, eu vou te dizer uma coisa / Acho que você vai entender / Quando eu disser o que é / Eu quero segurar sua mão.
Por favor, me diga / Que você me deixará ser o seu homem. / E, por favor, me diga / Que você me deixará segurar a sua mão.
E quando eu te toco me sinto feliz por dentro / É um sentimento tão forte que, meu amor / eu não consigo esconder, eu não consigo esconder, Eu não consigo esconder.
Você tem aquela coisa, / Acho que você vai entender / Quando sinto aquela coisa / Eu quero segurar a sua mão.

Uivos lésbicos (de boy)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sai na Revista Junior. De roupa novamente, óbvio!

Depois de ter participado de uma matéria sobre o Ponto de Cultura “Escola Jovem LGBT” de Campinas, na edição de julho na revista JUNIOR (uma revista voltada para os gays e que mostra que gay não é só sexo), foi a vez de mostrar que gay entende muuuuuito de expressão gráfica!


Tá disponível em http://revistajunior.virgula.uol.com.br/junior/exclusivo/sabe-que-existem-pencas-de-fanzines-gays-conheca-alguns.html

Uivos gráficos for all...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uivos cantados: Codinome Beija-Flor # Cazuza

Essa música lembra muito minha adolescência, quando eu precisava esconder o nome do meu namorado ao conversar com outras pessoas. A Luciana na verdade era o Lucas. O Marquinho vivia escondido atrás da Márcia. A Rafaela na verdade não tinha o último “a” no nome de batismo. Eram vários codinomes, nomes códigos, apelidos. Eram mais uma das mentiras que pediam pra eu contar.

Cazuza fez igual. Escondeu o nome de um amor, mas esfregou o amor na cara de todos. Ele usou um código e conseguiu cantar uma música para um homem, e pouca gente percebeu. E de uma maneira criativa, usando um anagrama, que é quando se aproveitam as letras de uma palavra para formar outras. Foi assim que ele transformou o nome do amado “Frejat” em “beija flor”.... Tá certo que ficou sobrando um “t” e faltando uma letras, mas no amor, o que vale sempre é a intenção.

Amor entre pessoas do mesmo sexo às vezes é isso: amor escondido, poetizado, transformado em música. Um pássaro que, para poder voar, acaba sendo codificado. Foi assim que amei por um tempo - protegendo nomes por amor. Tomando de gota em gota o mel que uma sociedade diz estar envenenado.

Meus pés e minhas orelhas estão frios. Não há ninguém me dizendo segredos de liquidificador. Yeah, I’m a single boy....E por mais que eu não saiba quando terei beijos na orelha novamente, uma coisa está certa: codinomes, nunca mais!




 Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

De que adianta?

Aí vai um poema que escrevi quando tinha 15 anos, um dia antes de contar para minha mãe que eu não tinha me tornado um heterossexual...



De que adianta minha procura,
se nem ao menos sei o que busco?
Se sinto o que é direito e dever de um coração e uma alma sentirem,
mas de meu olhar e meu corpo é tirado o prazer de ter o que desejo?

De que adianta ter pernas,
se não sinto braços me esperando?
Se nesse planeta de caos há inúmeros metros quadrados,
Mas não estamos juntos ocupando o mesmo espaço?

De que adianta ter meu corpo,
se não há outro para completá-lo?
Se às vezes me sinto a parte que falta em um inteiro,
mas não sei onde e como me encaixo?

De que adianta olhar pra uma estrela,
se não conheço nenhuma que olhe pra mim?
Se sou livre para dançar, mandar beijos e sorrir a um sorriso,
mas encarcerado e proibido de seus afagos e sua voz?

De que adianta eu ser dotado de carinho,
se mesmo com ele ainda possuo carências?
Se lutamos por ambições e orgulhos, mesmo com medo,
mas nos rendemos ao ouvir o primeiro tiro?

De que adianta?
Adianta fazer adiantar
Se não tentarmos fazer com que tudo nos valha à pena,
quem nos fará?

sábado, 9 de outubro de 2010

Alguém pare esses heterossexuais transgressores!!!!!

“A existência de uma lei implica todo o valor que adquire o espetáculo das paixões que a transgridem” - Roland Barthes
Depois de colocar em ordem toda bagunça que acumulei em 5 anos, começarei a bagunçar tudo novamente, dessa vez digitalmente incluído! Como hoje estou recomeçando, vou firmar a minha mente no fato de que estou num estado “like a virgin”.
Continuo o mesmo lobisomem de sempre, sem necessidade da lua. E ainda não virei hetero. Continuo usando os verbos virar, transformar, mudar e tornar. Mas estou numa fase em que o verbo “transgredir” faz mais sentido.

 
Se um não-heterossexual não nasce hetero, porque torna-se hetero influenciado pela sociedade, então quem é mais transgressor? Quem se tornou hetero ou quem não se rendeu às forças da transformação social? Afinal, tornar-se hetero é transgredir a natureza....