quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que Harry Potter, Percy Jackson e Edward Cullen têm a ver com gays?

Eles são diferentes. Além de serem diferentes entre eles, também são diferentes da maior parte da sociedade (ou daquilo que a sociedade fala que é). Sempre fui fanático por Alice no País das Maravilhas, Crônicas de Nárnia, Peter Pan e outros seres fantásticos em países imaginários. Mas a história do menino bruxo, do carinha semi-deus e do moço vampiro nunca me atraíram o suficiente para seus livros e filmes. Então, cheguei a essas conclusões a partir da conversa com alguns amigos e coisas que vi na mídia.

Aliás, vou dar a conclusão agora, no começo do texto: histórias de adolescentes incompreendidos por uma sociedade preconceituosa dão lucro.


Sobre meninos e lobos... e bruxos, semi-deuses e vampiros


Jacob Black - Entre um bruxo, um semi-deus e um vampiro, não adianta, eu prefiro o lobisomem
 

Harry, Edward e Percy: todos eles são adolescentes. E todo mundo está entojado de ouvir que é na adolescência que descobrimos as coisas mais importantes sobre nós mesmos. Essa foi a premissa das histórias dos X-Men, com poderes e mutações surgindo na puberdade.

Foi na adolescência que a maior parte dos meus amigos gays perceberam ou admitiram que eram gays. Eles eram os bruxos, os semi-deuses, os vampiros, os mutantes. Quem foi gay dentro do armário na adolescência sabe do que estou falando.

Esses três personagens são meio que obrigados a ficarem em bando com seus “iguais”, levando uma vida clandestina e ainda por cima têm que ouvir um monte de porcaria: bruxos são do mal, semi-deuses não existem e vampiros são monstros.



Sobre Harry Potter


Encantado - Harry Potter numa fotinha casual para não tirar a atenção do leitor. A foto para quem não se distrai está em http://maryt.files.wordpress.com/2007/07/dan-saddle3.jpg
 
Potter é um bruxo. Ele é diferente dos trouxas – nos livros e filmes da série, “trouxas” são as pessoas que não têm poderes mágicos. Faz muito tempo que assisti ao primeiro filme, mas pelo que me lembro, Harry era meio mal-tratado pela família adotiva dele, algo a ver com um armário embaixo da escada. DENTRO DO ARMÁRIO. Tipo, os trouxas – ou as pessoas normais – pisavam nele ao subirem e descerem a escada. Quer símbolo de humilhação maior do que pessoas pisando em você??? Esta pergunta foi retórica, acho cuspida na cara e chute na bunda mais humilhantes...

Adolescentes gays também têm pessoas pisando neles – bullying homofóbico é um exemplo, entre outras humilhações maiores. Quando eu era adolescente, e gay, tinha que fazer mágica pra ninguém descobrir sobre mim – eu tinha medo de que eu fosse punido por ser gay, como ser trancado no armário embaixo de uma escada e impedido de sair de lá pra sempre. Eu precisava ficar invisível com meu namorado, inventar poções pra controlar meu tesão, e ter muita, mas muita curiosidade sobre varinhas e vassouras e jamais demonstrar isso.

Enfim, Harry Potter vai para Hogwarts, uma mistura de universo paralelo com instituição educacional para bruxos, em que trouxas não entram. Pra mim, isso é segregação pura. Resumindo: gays são bruxos, e heteros são trouxas. (brincadeirinha)



Sobre Percy Jackson


Semi-tudo - Semi-Deus meio bonitinho que não se encaixa no mundo real, pode matar monstros mas não tem autorização para dirigir

Jackson é semi-deus. Filho de uma mortal junto com o deus dos mares na mitologia grega, Poseidon – ou PoseiBom, vamos ser francos né, aquele ator é um deus. Não li nenhum dos livros, apenas assisti ao filme (e fiquei sabendo que o filme é o equivalente ao resumo da sinopse de um tweet sobre os livros)....

Ele é um menino que descobre ser semi-deus e vai pra um acampamento que também fica num universo paralelo. Mais uma segregação. Não tenho muito que falar de Percy, mas ele é outro exemplo de que história de adolescentes diferentes e incompreendidos dá certo. E a diferença dele também se dá na igualdade: ele é um dos milhares de casos de garoto-problema, expulso de um monte de escolas, descrito como um aluno disléxico, hiperativo, com péssimas notas e rendimento escolar. Mas esses “problemas” são, na verdade, parte de seus poderes. Traduzindo: as escolas deram atenção àquilo que julgaram ser defeitos, e não deram valor para suas qualidades.

É comum ouvir o comentário de que alunos são levados a mudarem de escola porque não se adaptaram. Muitas vezes, a escola é que não se esforçou ou soube identificar as qualidades e necessidades do aluno. A evasão escolar de adolescentes com déficit de atenção ou dislexia é grande, assim como a evasão por alunos homossexuais.



Sobre Edward Cullen


Amaldiçoado - Morto-vivo, geladinho, magro com cara de chapado, louco por um pescoço e virgem assumido


Cullen é o mais polêmico do trio. Ao mesmo tempo em que conseguiu muitos admiradores por ser um vampiro bonzinho, também decepcionou os fãs de vampiros obrigatoriamente malvados. Ame ou odeie. Em minha opinião, dos três, ele é o que mais sofre pela sua condição a ponto de dizer constantemente que é mau, que não tem alma e lamentar por isso. Ele não só acredita na sua natureza má como não valoriza seu esforço para ser bom.

Ele e sua família, ou seja lá o que é aquele grupo, precisam manter as aparências e fazer um esforço imenso para parecem humanos, com alma e do bem. Alguma similaridade com adolescentes gays que são obrigados a parecem heteros para não serem julgados como pecadores, doentes ou perturbados? Alguns deles chegam a se punir por serem gays e, assim como Edward, tratam isso como uma maldição e não desejam isso para aqueles que amam.

Edward e os outros vampiros bonzinhos se escondem porque na cabeça das “pessoas com almas” vampiros são sempre maus. Homossexuais têm dificuldade em viver suas identidades sexuais com medo de serem tratados como vampiros maus.



O que me deixa mais curioso é que esses filmes mostram uma sociedade perversa e sem poderes, em relação a Harry Potter; preconceituosa e ingênua em relação a Percy Jackson; e bobinha e manipuladora, em relação a Edward Cullen. O público está se identificando com as diferenças dos personagens ou com a similaridade dos humanos trouxas com alma?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Você sabia que existe um santo protetor dos gays?!

Existe! E não, não é São Longuinho! O santo protetor dos gays – e dos militares – é São Sebastião.

St. Sebastian - Pierre et Gilles - 1987

Bem que poderiam inventar o santo dos blogayros, porque encontrei várias versões para a história de São Sebastião e uma bem diferente da outra. Desde narrativas sem graça em que ele é um livro de auto-ajuda ambulante que morre no final, até umas com um cara meio kamikaze, com lances sado-masô, bondage e suruba.
Portanto, vou contar a história de Sebastian baseado em alguns boatos, que é o que tem pra hoje. Aliás, consideremos sempre que tudo isso é um mito, nada há documentado. E vou usar o nome Sebastian, porque além de ser mais fofinho, Tião era o nome de um bêbado da minha infância que usava camisa xadrez desabotoada e corria atrás de mim com suas havaianas remendadas e um único dente amarelo do tamanho do caroço de uma jaca.


Hl. Sebastian -  Sandro Botticelli - 1473

Conto de Santo
Sebastian nasceu em Narbonne, na França, em 256 d.C., e foi cidadão de um dos paraísos integrantes do circuito da moda: Milão. Só até aqui já ganhou vários pontos da comunidade gay. Detalhe: Seu nome deriva do grego “sebastós” que significa “diviiiiiiiiiiiiiino!!!”.
Ali por volta de 283 d.C. ele se alistou no exército romano com a intenção de afirmar o coração dos soldados cristãos. Mas, dizem as más línguas que ele era peguete do imperador Diocleciano, que governava no oriente, e muito querido pelo imperador Maximiliano, no ocidente. Os dois imperadores queriam Sebastian sempre por perto, porque ele era um jovem militar com muita saúde, forte, viril, sarado, bonitão, um cara presença.
Mas não sabiam que o rapaz era cristão, e na época ser cristão era uó, dava cadeia, esculacho e até morte. E Sebastian era cristão com orgulho, batizado, convertia ao cristianismo os soldados e prisioneiros, mas tudo de maneira secreta, enrustida. Não dá para afirmar que ele estivesse dentro do armário, mas pelo menos dentro do confessionário ele estava. O curioso é que ele tinha um grande desejo, o de se tornar mártir e renunciar à própria vida em nome de Cristo.
Sebastian era tão preferido que foi designado a ser o primeiro capitão da guarda pessoal do Imperador Diocleciano. Porém, o imperador começou a desconfiar que Sebastian jogasse no outro time, mesmo sendo um cara tão discreto e sem dar pinta nenhuma de cristão. Mas é que o moço pegava leve demais com os prisioneiros cristãos e isso era contra seu dever de oficial da lei. A gota d’água foi quando alguém denunciou a orientação religiosa de Sebastian (Gostaria de aproveitar para dizer que não sou contra a opção religiosa dele).
Diocleciano, bicha-má que era, ficou enlouquecido, desceu do salto meeesmo e exigiu satisfações. Sebastian assumiu que era cristão sim, e daí? O imperador fez a cena toda histérica, falou um monte de palavrões, borrou a maquiagem, jogou na cara de Sebastian que tinha confiado nele, que esperava mais dele e estava se sentindo traído. Então, Sebastian foi julgado como traidor do império romano.
Em 286 d.C. (ou 287 d.C., ou 288 d.C., ou 303 d.C., cada um fala uma coisa) Diocleciano, aquela maricona escrota, ordenou a execução de Sebastian. Os soldados arrancaram as roupas do jovem militar, amarraram ele num tronco, e fizeram uma chuva de flechas sobre ele. Depois o corpo foi jogado num rio, ou deixado lá no tronco, de acordo com outras versões da história. Mas Sebastian não morreu, porque ele era o cara e rola uma conversa de que na época isso tinha sido um milagre. Ele foi encontrado e recebeu cuidados médicos de uma viúva chamada Irene, que depois virou Santa também.
Em 20 de janeiro de 286, 287, 288 ou 303 d.C., assim que se recuperou, Sebastian foi ter outra conversinha com Diocleciano. O Imperador ficou passado com a audácia do aspirante a santo. Mas aquela mal-amada que era Diocleciano, muito do recalcado, ordenou que Sebastian fosse espancado até a morte, e depois picado e jogado no esgoto público de Roma, só por garantia. Dizem que Luciana (que também virou Santa, óbvio) resgatou o corpo de Sebastian e o sepultou.
Em 680 d.C. as relíquias de São Sebastião foram transportadas para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, época em que Roma enfrentava uma grande epidemia. E essa epidemia desapareceu quando transportaram os retos mortais do santo, que passou a ser considerado o padroeiro contra a peste, as epidemias, a fome, a violência e a guerra.
E como todo santo, São Sebastião acumulou funções como patrono dos injustamente perseguidos, dos pestilentos, dos que estão à beira da morte, dos ferreiros, dos que fazem cerâmica, dos jardineiros, dos fabricantes de escovas, dos inválidos de guerra, dos fabricantes de armas, dos que constroem túmulos, dos que carregam caixões, dos militares e dos gays!
Em 1980 d.C., quando a AIDS começou a fazer muito estrago, foi a esse santo que muitos recorreram, pois desde a Idade Média São Sebastião é o santo das epidemias.


São Sebastião do Rio de Janeiro é o Melhor Destino Gay do Mundo

De santo a diva
São Sebastião virou hit na arte medieval, considerado o top model dos pintores na Renascença. Mesmo sem o consentimento do papa, os paparazzi medievais escolheram o santo como celebridade. Ele é representado como um jovem andrógino, muito bonito, com um corpaço, amarrado num tronco, seminu com um paninho amarrado na cintura e penetrado por flechas no peito.
Na atualidade, defende-se a idéia de que o uso dessa imagem é um protesto às religiões cristãs, que recusam a homossexualidade. Há outros signos nas pinturas, como a simulação de um orgasmo – São Sebastião tinha o desejo de morrer de forma honrada e com orgulho de ser quem era, então o orgasmo representa um momento de prazer para o santo. Em seu discurso de agradecimento ao Prêmio Nobel de Literatura, em 1929, o romancista Thomas Mann afirmou que, apesar de protestante, tinha um santo favorito: "o jovem no sacrifício que, atravessado por flechas, sorri em sua agonia".
A história do santo foi sendo cada vez mais ligada aos gays. Tanto Sebastian quanto os homossexuais são obrigados a viver como clandestinos, numa vida dupla. No século III Sebastian era obrigado a esconder que era cristão para continuar sendo militar. Atualmente, milhares de homens são obrigados a esconder a orientação sexual para continuarem sendo militares. E Sebastian sofreu muito ao revelar que era cristão, chegou a ser julgado, torturado, espancado, martirizado por isso. Igualzinho a muitos caras que sofrem atitudes cruéis quando revelam sua homossexualidade.
O santo, e alguns gays, têm a coragem de mostrar orgulho pelas suas identidades polêmicas, e pagar por isso com sofrimento, violência, abandono, dor e morte. Às vezes aparece uma Irene, uma Luciana, algum outro santo ou santa, para dar conforto. E alguns, mesmo injustamente perseguidos, continuam orgulhosos mesmo tendo que sofrer sendo quem realmente SÃO.



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Homem mata bebê pois ele não tinha jeito de macho

Pedro Jones, 20 anos, trabalhava como babá e provocou a morte de um menino de apenas 17 meses nos EUA. O motivo? A criança estaria agindo como uma menina. O morador de Long Island, gerou revolta na população local ao confessar que matou o pequeno Roy A., de quem estava cuidando, para tentar "fazer com que ele se comportasse como um menino, e não como uma garotinha".


De acordo com a polícia, o criminoso deu vários socos no bebê e o agarrou pelo pescoço. A vítima chegou a ser levada ao hospital, mas morreu depois de sofrer parada cardíaca.


Dezessete meses! Como é que um bebê que ainda nem tem controle do fazedor de xixi vai saber o que é agir como menina ou como menino? E que parâmetros esse assassino tem para forçar uma criança a agir como homem se nem ele mesmo age com humanidade?


Isso é uma prova de como a homofobia atinge a todos, independente da identidade sexual. Roy, quando crescesse, poderia ser um hetero homofóbico também, mas nem isso ele poderá ser porque foi vítima da pior manifestação possível de homofobia.

Já passou da hora de o mundo perceber que a homofobia não agride apenas homossexuais. Ninguém quer ser beneficiado e levar vantagens com leis que criminalizam o ódio. Mas algo precisa ser feito porque quando alguém diz “viadinho” em tom de xingamento está, no mínimo, incentivando o suicídio de três adolescentes homossexuais brasileiros por dia e contribuindo para o assassinato de um homossexual a cada dois dias no Brasil. E de quebra está matando crianças de 17 meses.

E o pior é saber que algumas religiões (compostas por católicos e evangélicos principalmente) não dão a mínima pra isso. Elas preferem fingir que lavam as mãos. Dentre os mandamentos, elas mal conseguem sustentar o primeiro, que é amar a Deus sobre todas as coisas. E elas pregam o amor ao semelhante, mas o amor ao próximo (que nem sempre é um semelhante) que se exploda!!! Ou que receba vários socos e seja agarrados pelo pescoço até sofrer uma parada cardíaca.

Fico muito feliz em saber que heteros estão lendo meu blog e tenho uma pergunta: você já pensou em quantas crianças apanharam, sofreram e foram obrigadas a desistir da própria sexualidade e felicidade? E tenho um recado: heteros também são vítimas de crimes homofóbicos. Como pode ter acontecido com esse bebê, que nem teve tempo de virar hetero ou lobisomem.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Garota é proibida de levar namorada ao baile de formatura

Constance McMillen, de 18 anos, é diferente das outras meninas. Ela não é diferente porque a Lady Gaga a chamou de “meu monstrinho predileto”. Também não é diferente por ser lésbica, pois muitas das outras meninas também são. Mas ela é diferente porque foi proibida de levar a namorada ao baile de formatura. Isso aconteceu em um distrito escolar no Estado Americano do Mississipi. A escola Agricultural de Itawamba preferiu cancelar o baile a deixar duas gurias curtirem a noite. E depois aceitou um acordo de pagar 35 mil dólares à adolescente para encerarem a questão judicial!



Constance é exemplo. Nada de ficar em casa enquanto a festa rolava. A escola propôs que a garota levasse a namorada, mas elas não poderiam demonstrar nenhum tipo de carícias e as duas deveriam usar vestido. Nada de terno, como Constance queria. A menina não pediu esmola. Ela lutou. Em 23 de março deste ano o juiz distrital Glen H. Davidson decidiu que a escola violou os direitos de Constance, previstos pela Primeira Emenda da Constituição Americana.

"Nossos registros mostram que Constance assumiu publicamente sua homossexualidade desde a 8ª série, e que ela pretendia passar uma mensagem ao vestir um terno e expressar sua identidade ao comparecer ao baile com uma parceira do mesmo sexo", diz o texto do veredicto do juiz Glen Davidson. Aliás, agiu com a sabedoria de um Salomão, esse “filho de Davi”...



O que aconteceria se fosse aqui no Brasil? Nunca soube de nada parecido e fiquei estratosfericamente ansioso para ver um caso desses numa versão tropical. Meninos, por favor, me convidem para ser o par na formatura de algum de vocês!!! Só vou ficar devendo na valsa. Aliás... valsa? vamo combinar né...

Outra coisa que merece um “vamo combinar né...” é essa construção de casal feita pela sociedade. Ok, o Brasil não faz aqueles bailes de formatura com os alunos dançando perfeitamente coreografias inacreditáveis acompanhas de love song. A gente se contenta com uma valsinha e um trecho da Canção da América. Aqui também não tem limusine, “te pego às 8h00”, rei e rainha do baile, e aquela parafernália toda. Mas uma coisa tem de igual: o casal. Homem e mulher, e se fugir disso pode rolar enforcamento, apedrejamento, injeção letal e um mês sem internet.

Incrível é estar subentendido que ninguém pode quebrar essa convenção de casal. Mas dançar valsa em cima dos Direitos Humanos e depois atropelar com a limusine tá liberado! É bem assim: uma menina não pode fazer par com uma menina, mas ela pode ser proibida de participar de um evento importantíssimo na vida dela só porque uma instituição que deveria educar para a cidadania resolveu que menina com menina não forma um casal. Eu preferia não ser pego às 8h00 ou não ser coroado rei do baile.

E nem adianta vir com papinho de que “Mas ela não foi proibida. Ela poderia ir desde que não trocasse carícias com a outra menina”. Não sei se isso é burrice ou sadismo por parte de quem pensa assim. É um mistério que os heteros se incomodem com carícias entre homos, mas não dá pra entender porque o contrário não acontece. Essa deve ser uma frescura de heteros e pessoas frescurentas precisam de tratamento especializado urgente!

Muito suspeita essa fixação que a sociedade tem com casais. Parece que eles precisam afirmar isso dia após dia, translação após translação, baile após baile. “Meninos pra lá e meninas pra cá, senão a mão cai!” Nem precisa esperar até o baile de formatura, porque a polêmica já pode rolar na próxima festa junina. Na escola nunca tem o mesmo tanto de meninos e meninas... quando sobram mais meninas, não tem problema nenhum uma delas se vestir de cowboyzinho, mas vai colocar um chapéu de trancinha na cabeça de um menino!! Vai, duvido...

Sabe por que isso acontece? Porque uma menina pode se vestir de menino, afinal ser homem é tudo de bom. Mas um menino não pode se vestir de mulher nem de brincadeira, porque a sociedade machista acha que mulher é o erro e homem não pode se sujeitar a isso.

Quando a escola vai começar a ensinar o que é cidadania e parar de fortalecer convenções usadas para fundamentar preconceitos? Quando é que os heteros homofóbicos vão entender que o comportamento sexual deles também assusta? Quando é que vão deixar uma menina viver a natureza e a felicidade dela e parar de forçá-la a ser quem ela não é? Não sei...mas lembrei que um jeito de tornar-se hetero é menino levar menina ao baile de formatura.

domingo, 14 de novembro de 2010

Policias saem do armário e criam Rede Nacional LGBT




A Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (RENOSP LGBT) foi criada durante a realização do II Seminário Nacional de Segurança Pública LGBT, entre os dias 08 a 11 de novembro, no Rio de Janeiro. O evento foi organizado pelo Ministério da Justiça e pela primeira vez reuniu agentes de segurança assumidamente homossexuais. Entre os operadores estavam Policiais Federais, Militares, Bombeiros Militares, Civis, Rodoviários, das Guardas Municipais e Agentes de Segurança Penitenciária.

De acordo com Mário de Carvalho Leony, Delegado de Polícia Civil do Estado de Sergipe, a RENOSP LGBT luta contra a homofobia internalizada nas instituições policiais. “Lutamos contra os critérios discriminatórios de seleção, as perseguições, óbices às promoções, sempre que evidenciado o preconceito em face da orientação e identidade de gênero dos operadores de segurança pública.”

O Estado de São Paulo será coordenado pelo Agente de Segurança Penitenciária Breno Agnes Silva Queiroz e pela Policial Militar Thais Cristina Lanzoni.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Procurando Emprego?

O pote de ouro no fim do arco-íris é a maior conversa fiada!

São vários motivos que levam os jovens a procurar emprego tão cedo. Ajudar nas despesas de casa, comprar o que quiser, entupir o celular de créditos! Mas alguns adolescentes procuram mesmo é a tal da independência financeira. A LGBTeen bateu um papo e tem um recado da galera: na hora de procurar emprego, mostre que você é, simplesmente, a melhor pessoa para preencher aquela vaga.

O ASSUNTO É: EMPREGOS PARA LGBT. “Logo pensam em ‘profissões de gays’, os estereótipos, como cabeleireiro. Por puro preconceito. Acho que as pessoas não enxergam um gay como empresário, médico, presidente,” reclama Vini Martins, 16, que ainda comenta: “coitados dos heteros que trabalham nessas profissões! Devem ser zoados até!”. Fer Spears, 17, faz uma observação interessante. “Digitem caminhoneirA lá no word. Ele vai dizer que o correto é caminhoneirO!!”

DEPÔ
“Trabalho numa oficina mecânica e ninguém lá me desrepeita.
Não dou essa liberdade” Du, 17

“AUXILIAR DE ALGUMA COISA”. É uma sugestão dada por Kelvin, 17, que deu outras dicas para quem está a fim de ganhar uma graninha honestamente. “São vários lugares onde se pode procurar emprego: shopping, hospitais, lojas, entre outros. As lojas parecem que até gostam de caras, digamos, mais alegres.” Kelvin garante que os homossexuais são mais atenciosos. “As clientes até elogiam. Dizem que a gente não mente e que temos bom gosto”.

PRECONCEITO NO TRAMPO. Pode ser uma realidade. Natasha Avital, 23, desabafa. “O preconceito geralmente é camuflado. Tenho um colega gay e ele foi um dos avaliadores no processo de seleção para novos empregados onde ele trabalhava. Ele disse que os demais avaliadores não quiseram contratar um candidato porque ele era ‘delicado demais’...”

Valdirene dos Santos, assistente social do Centro de Referência GLTTB, lembra que a discriminação, além de ilegal, acontece com muita freqüência entre as adolescentes travestis. “Nesses casos nós podemos orientar o adolescente. Antes de pensar em processar a empresa, a gente tenta uma conversa com o dono, com o gerente, com o funcionário.” Val explica que a conciliação por meio do diálogo é sempre a primeira e melhor alternativa. “E aí, se não der, a gente encaminha os casos para ações legais”.

DEPÔ
“Meninas, saibam os seus direitos. Respeito e emprego não são exigências, são direitos.
E ser travesti não faz ninguém ser menos cidadão. Lutem e corram atrás” Camile, 25

NO STRESS! Val recomenda um pouco de calma para os adolescentes que estão esperando uma vaga. “Não se desespere achando que o problema é com você e que você é incapaz. O mercado de trabalho está difícil pra todo mundo” Além de paciência, o estudo é a melhor estratégia. Por mais que a escola seja chata, por mais que seja difícil, o melhor é terminar. “Sem estudo é mais difícil ainda. Estude e faça algum curso, que seja estética, cabeleireiro, medicina, arquitetura, engenharia, aeromoça. Não interessa o quê, você vai precisar da escola.”

“Um adolescente fora de casa e sem emprego, cai logo na prostituição, só pra ter um teto e onde dormir. Daí pra cair na mão de uma cafetina e nas drogas é um pulo”.
Chesller Moreira, presidente do Grupo E-JOVEM de Adolescentes Gays, Lésbicas e Aliados

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Você é Bonita!!!

Hoje acordei com aquela vontade estranha de pintar o cabelo de roxo, ou de colocar um piercing. Me limitei a fazer a barba. Enquanto meu rosto ficava liso, sem querer fiquei cantarolando uma música da Christina Aguilera. O nome da musica é Beautiful . Foi uma espécie de hino na minha turminha de “amigos gays assustados com o mundo”.

Sim, eu tive uma panelinha lgbteen. Gostávamos de t.A.T.u., Britney, Evanescence e não éramos muito fãs da Aguilera, mas essa música era especial. O que fazia dela especial é que ela era a única coisa no mundo falando que éramos bonitos, ou que podíamos ser, e que nada no mundo poderia acabar com a gente. Éramos frágeis, achávamos que a vida acabaria antes de chegar na esquina ou que morreríamos antes do primeiro beijo de quem a gente amasse.


Beautiful - BONITA

Don't look at me
NÃO OLHE PARA MIM

Everyday is so wonderful, and suddenly, it's hard to breathe
TODOS OS DIAS SÃO TÃO MARAVILHOSOS, E DE REPENTE, FICA DIFÍCIL RESPIRAR
Now and then, I get insecure from all the pain
DE VEZ EM QUANDO, EU ME SINTO INSEGURA DE TODA A DOR
I'm so ashamed
ESTOU TÃO ENVERGONHADA

I am beautiful, no matter what they say
EU SOU BONITA, NÃO IMPORTA O QUE ELES DIGAM
Words can't bring me down
PALAVRAS NÃO PODEM ME ABALAR
I am beautiful in every single way
EU SOU BONITA DE TODAS AS MANEIRAS
Yes, words can't bring me down, oh no
SIM, PALAVRAS NÃO PODEM ME ABALAR, OH NÃO
So don't you bring me down today
ENTÃO NÃO ME ABALE HOJE

To all your friends, you're delirious
PARA TODOS OS SEUS AMIGOS, VOCÊ É UM DELÍRIO
So consumed in all your doom, ooh
TÃO CONSUMIDO PELA SUA CONDENAÇÃO, OOH
Trying hard to fill the emptiness, the peace is gone
ESFORÇANDO-SE PARA PREENCHER O VAZIO, A PAZ VAI EMBORA
Left the puzzle undone, is that the way it is?
DEIXOU O QUEBRA-CABEÇA DESMONTADO, É DESSE JEITO QUE DEVE SER?

You are beautiful, no matter what they say
VOCÊ É BONITA, NÃO IMPORTA O QUE ELES DIGAM
Words can't bring you down, oh no
PALAVRAS NÃO PODEM TE ABALAR, OH NÃO
You are beautiful in every single way
VOCÊ É BONITA DE TODAS AS MANEIRAS
Yes, words can't bring you down, oh no
SIM, PALAVRAS NÃO PODEM TE ABALAR, OH NÃO
So don't you bring me down today
ENTÃO NÃO ME ABALE HOJE

No matter what we do (no matter what we do)
NÃO IMPORTA O QUE FAÇAMOS (NÃO IMPORTA O QUE FAÇAMOS)
No matter what we say (no matter what we say)
NÃO IMPORTA O QUE DIGAMOS (NÃO IMPORTA O QUE DIGAMOS)
We're the song inside the tune (yeah, oh yeah), full of beautiful mistakes
SOMOS A MÚSICA DENTRO DA MELODIA (YEAH, OH YEAH), CHEIA DE BONITOS ERROS
And everywhere we go (and everywhere we go)
E PARA ONDE QUER QUE FORMOS (E PARA ONDE QUER QUE FORMOS)
The sun will always shine (sun will always shine)
O SOL SEMPRE BRILHARÁ (SOL SEMPRE BRILHARÁ)
But tomorrow we might awake on the other side
MAS PODE SER QUE AMANHÃ ACORDEMOS NO OUTRO LADO

'Cause we are beautiful, no matter what they say
PORQUE NÓS SOMOS BONITOS, NÃO IMPORTA O QUE ELES DIGAM
Yes, words won't bring us down, oh no
SIM, PALAVRAS NÃO VÃO NOS ABALAR, OH NÃO
We are beautiful in every single way
NÓS SOMOS BONITOS DE TODAS AS MANEIRAS
Yes, words can't bring us down, oh no
SIM, PALAVRAS NÃO PODEM NOS ABALAR, OH NÃO
So don't you bring me down today
ENTÃO NÃO ME ABALE HOJE